10 de set. de 2011

Família da alpinista falecida em 2009 doa refúgio ao Aconcagua



A Secretaria Ambiental de Mendoza comunica que se encontra habitável um novo refúgio destinado a atender situações de emergências e operações de resgate no acampamento avançado de Cólera a 6.000 metros acima do nível do mar.

A estrutura foi doada pela família da alpinista italiana Elena Senin que em janeiro de 2009, com 38 anos, faleceu logo após alcançar o cume do Aconcaguajuntamente com o guia ítalo-argentino Frederico Campanini de 31 anos.

Depois de um ano de trabalho árduo está instalado no acampamento de Cólera o refúgio em memória de 'Elena Senin' como reconhecimento a solidariedade dos que participaram da operação de resgate ao grupo de Elena, dos quais houve três sobreviventes.

Para concretizar o desejo da família Senín várias instituições trabalharam em conjunto. O Consulado da Itália, a Secretaria de Meio Ambiente e a Associação de Guias de Montanha lideraram as iniciativas que envolveram neste ano o Parque Provincial Aconcagua, a Patrulha de Resgate do ministério de Segurança, o Município de Las Heras, as empresas prestadoras de serviços, guias, porteadores e cientistas da CCT Mendoza e da Universidade Tecnológica Regional, entre outros, que definiram as diretrizes de instalação, normas e regulamentos para seu uso entre os vários detalhes que permitirão esta nobre doação perdurar ao tempo e cumprir a finalidade para a qual foi concebido.

A construção realizada com o uso de painéis de câmaras frigoríficas modulares dispostos de forma multifacetada para resistir aos fortes ventos de altitude está encravada no acampamento de Plaza Cólera, a 6.000 metros acoma do mar, no ponto de encontro das duas rotas mais utilizadas para o acesso ao cume. Com esta nova base de operação as equipes de resgate podem subir tanto pela Rota Norte ou Normal como também pela cada vez mais movimentada Rota do Glaciar Polones que se origina em Plaza Argentina na face Oeste da Montanha.

Informações de Jorge Torres a partir de Mendoza, Ar

TEMPORADA NO ACONCAGUA 2010/2011


Tudo o que aconteceu nesta temporada de 2010/2011 no Aconcagua. Número de permissões concedidas, mortes, recordes e novidades.


Por Marcelo Scanu (Makalu Team - Argentina)

Nesta temporada houveram menos montanhistas visitando o Aconcagua e mais dias com tempo ruim. Lamentavelmente houve 6 vitimas fatais, equiparando com as temporadas de 2008/ 2009. Lembrando que no ano passado houve a morte de apenas um montanhista.

Houveram 197 resgates, dos quais 46 foram com certa complexidade. A quantidade de resgates veio decrescendo. Foram 209 na temporada anterior e 280 há duas temporadas. No entanto, o custo dos resgates são cada vez mais onerosos, especialmente pelo uso de helicópteros. Com o aumento do custo do permisso, foi gasto, aproximadamente, o equivalente a 2 milhões de dólares.

Foram dois os maiores aspecto positivos. A limpeza do parque fechou a temporada satisfatoriamente e depois de anos, foram construídos 2 refúgios a mais. Um deles fica a 3800 metros de altitude, no vale de Vacas e outro a 6 mil metros, sendo este ultimo um donativo da família de Elena Senin, italiana que faleceu na montanha na tragédia de 2009.

Graças a um crescimento do publico que ascende a montanha desde o vale de Vacas (a qual passou de 20% para 37%), houve menos congestionamento em Plaza de Mulas e na rota normal.

Neste ano houve um decréscimo do número de visitantes estrangeiros no Parque do Aconcagua, provavelmente devido a crise na Espanha. Foram 600 pessoas a menos fazendo trekking e 300 fazendo ascensão ao cume. Os números finais foram:

Ingressos no Parque do Aconcagua: 6.298 pessoas, 85% de extrangeiros (não argentinos).
Ingressos para realizar ascensão ao cume: 3.498
Ingressos para realizar trekking: 2.800
Visitas à Laguna de los Horcones: 33.000
Vistas à parte inferior do Parque (menos de 3 mil metros): 80.000

Novo recorde:

No dia 3 de Fevereiro, o guia peruano Holmes Pantoja Bayona quebrou o recorde de ascensão ao Aconcagua desde a Laguna de Horcones (2850 metros) até o cume e regresso à laguna. O tempo foi de 20 horas e 35 minutos. O percurso da base até o cume (4112 metros de desnível) demorou 13 horas.

O recorde anterior era do famoso montanhista argentino Willie Benegas, com pouco mais de 23 horas.