24 de mai. de 2011

12 horas para salvar as florestas

 - Mensagem encaminhada ----------
Caros amigos de todo Brasil,

A Câmara dos Deputados irá determinar hoje a vida ou morte de milhões de hectares de florestas brasileiras quando levar à votação alterações no Código Florestal. Se aprovadas, as mudanças propostas irão gerar uma cadeia irreversível de devastação ambiental que irão danificar a paisagem do Brasil para sempre. As próximas 12 horas são críticas, vamos gerar uma mobilização massiva para salvar nossas florestas.

Nós já vencemos antes -- a pressão popular constante, incluindo milhares de mensagens de membros da Avaaz, já adiou a votação no Código várias vezes, assim como a nossa pressão sobre os deputados contrariaram todas as expectativas aprovando a lei da Ficha Limpa no ano passado. Embora agendada para votação, a proposta atual não é definitiva -- na verdade, a Presidente Dilma e a oposição estão fazendo acordos a portas fechadas agora mesmo, negociando nosso futuro por acordos políticos. Nós ainda podemos impedir isto.

Não há um minuto a perder! Vamos enviar uma avalanche de mensagens para a Presidente Dilma e líderes dos partidos deixando claro que não deixaremos que eles barganhem nossas florestas:

http://www.avaaz.org/po/codigo_florestal_urgente/?vl

Os desmatadores estão fora de controle, incentivados pela promessa de anistia e a nova regulamentação. Dados chocantes publicados na semana passada mostram que o desmatamento se multiplicou a um nível astronômico, aumentando em 5 vezes mais que os mesmos meses no ano passado. Isso é apenas um sinal do que está por vir se as mudanças propostas forem aprovadas. Estas emendas irão anistiar crimes ambientais cometidos antes de 2008 e acabarão com a proteção a áreas vulneráveis tais como matas ciliares e topos de morros, áreas em que a cobertura florestal é crucial para prevenir deslizamentos e enchentes como as que recentemente devastaram comunidades de norte a sul do país.

A maioria dos brasileiros apoiam proteções ambientais mais fortes e estudos mostram que há terra suficiente no Brasil para manter e aumentar a produção agrícola sem ter de derrubar uma única árvore. Mas os deputados da bancada ruralista, dominados pelos interesses privados do agronegócio, pensam que podem ficar impunes ao tentar destruir o Código Florestal brasileiro. Esta luta entre a sociedade civil e poderosos interesses políticos está se tornando a maior batalha ambiental da história do Brasil.

Durante a campanha eleitoral, Dilma prometeu vetar qualquer lei que aumentasse o desmatamento -- vamos cobrar a sua promessa e pedir que o povo seja colocado acima dos interesses políticos. É hora de mostrar nosso poder e enviar uma avalanche de mensagens ao governo pedindo que a Presidente Dilma e os líderes partidários impeçam o enfraquecimento do Código Florestal. Envie sua mensagem agora!

http://www.avaaz.org/po/codigo_florestal_urgente/?vl

A cada dia nossas florestas nos protegem de catástrofes ambientais - elas produzem o ar que respiramos, resfriam nosso clima, promovem a biodiversidade e mantêm a terra enraizada no lugar. Agora, elas precisam da nossa proteção. Sem nós, os recursos naturais mais preciosos do Brasil perderão para os interesses de deputados poderosos que querem apenas expandir suas terras e aumentar seus lucros. Nós temos poucas horas -- vamos nos mobilizar antes que seja tarde demais.

Com esperança,

Ben, Ricken, Graziela, Iain, David e o resto da equipe Avaaz

Mais informações:

Ex-ministros unem-se contra votação do Código Florestal:
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5145399-EI7896,00-Exministros+unemse+contra+votacao+do+Codigo+Florestal.html

Semana começa com articulações por acordo sobre Código Florestal:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/05/semana-comeca-com-articulacoes-por-acordo-sobre-codigo-florestal.html

Desmatamento na Amazônia aumenta mais de 5 vezes:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,desmatamento-na-amazonia-aumenta-mais-de-5-vezes,721341,0.htm

Documento liga novo código a avanço do desmatamento:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,documento-liga-novo-codigo-a-avanco-do-desmatamento,722547,0.htm

Manifestantes protestam em SP contra reforma do Código Florestal:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/22/manifestantes-protestam-em-sp-contra-reforma-do-codigo-florestal-924511164.asp

Alta do desmatamento da Amazônia alarma Governo:
http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5137155-EI188,00-Alta+do+desmatamento+da+Amazonia+alarma+Governo.html


13 de mai. de 2011

RELATO DO ACIDENTE DA ALDA NO MARUMBI

Salve Montanhistas!!!
Relato enviado pela vítima, Alda Maria de Souza ao COSMO, que foi repassado à equipe e demais participantes do resgate. Devido à riqueza de detalhes e aprendizados, solicitei a liberação à Alda para postar na lista do CPM, do qual a Alda já fez parte, tem vários amigos e não quer que ninguém cometa os mesmos erros.

Segue: Nota do digitador  Manuscrito na cama do hospital enquanto se recuperava...
 
Acidente por queda da corrente da janela da Noroeste, dia 19 de Março de 2011.
Parque Estadual Marumbi
  
Já estávamos caminhando a mais e 16 horas. A subida pela frontal havia sido difícil e o retorno pela Ponta do Tigre aumentou demais o caminho. Quando cheguei à pedra com a corrente, já na trilha do Abrolhos, estava exausta demais. Lembro que ergui a corrente, comecei a descer e pensei que a corrente estava pesada demais. De repente ela simplesmente desapareceu e eu deslizei de costas pela pedra, caindo na vala logo abaixo, ainda ouvi o sem de algo como um galho quebrando, só que dentro de mm. Tentei me mover, não eu. Doía demais. Pensei que os braços e as pernas estavam ok, conseguia mexe-los, mas não podia sair dali.
Felizmente o restante do grupo estava bem, todos conseguiram descer pela corrente sem problemas. Eles sabiam que não deveriam tentar me remover então decidiram que o Alberto que estava em melhores condições física iria na frente para conseguir ajuda. O Renato ficaria comigo para tentar me manter aquecida e cuidar de mim até o socorro chegar e o restante do pessoal iria descendo mais calmamente.
Minha queda ocorreu em torno das 4h 15m. O tempo foi passando. Tentei dormir, mas a dor e o frio não deixaram. Já havia passado um bom tempo e eu comecei a tentar calcular quantas horas levaria para chegar o socorro. Pensei no tempo que o Alberto levaria para chegar a Porto de Cima e mais o retorno dos bombeiros a pé, pois a estrada estava interditada. Se viesse alguém, seria próximo à meia noite. Perguntei as horas para o Renato e me desesperei. Sabia que não agüentaria tanto tempo. Enquanto o Renato tentava me acalmar, apareceu um rapaz. Se apresentou dizendo ser o João do Cosmo. Eu não sabia que o Cosmo havia sido reativado e, o melhor de tudo, para minha sorte, eles estavam de plantão naquele final de semana.
Não tenho como por em palavras a imensa alegria que eu senti em vê-lo ali, Era dia claro ainda, era esperança, era tudo de bom.
A primeira providência que ele tomou foi, juntamente c/ o Renato me retirar da vala, pois a água da chuva escoava diretamente dentro dela, me congelando. Pegaram a capa de chuva do Renato, passaram-na por debaixo de mim (não sei como) e pelas pontas da capa me ergueram, sem mexer muito comigo.
O João passou em torno de mm outra manta térmica, pois a que me cobria não era suficiente. Em seguida, eles armaram uma tenda para me proteger porque havia uma garoa fina, mas persistente que incomodava bastante. Depois providenciaram comida e bebida. Agora eu suportaria a espera pelo socorro, estava aquecida, alimentada e não chovia mais sobre mim.
            Passava das 11 h quando um médico e dois bombeiros chegaram, avaliaram minhas condições . Deu sorte, conseguia mover bem a cabeça, não tinha dor no pescoço o que significava que a cervical estava intacta, mesmo assim o colarzinho desconfortável foi colocado. Pernas e braços estavam em seus devidos lugares, mas eu não conseguia mexer os braços por causa da dor insuportável nas costas. Me colocaram em uma maca, me aplicaram uma injeção para dor.
            Fiquei ali deitada bem tranqüila ouvindo-os conversar. Ponderavam se seria melhor passar a noite ali ou começar a descida ainda de madrugada. Eu estava estável e consciente poderia ficar, mas outro já queria descer já que a equipe já estava lá, assim de manhã o trabalho estaria terminado. Confesso que nesse momento fui egoísta, não pensei nos outros e no risco que corriam. Eu estava enjoada daquela trilha, não queria ficar ali, tbém fiquei com medo que eles descessem e eu tivesse que esperar sozinha, então eu pedi para descer.
            A operação começou mais ou menos há 1 h da manhã. Trabalho lento e penoso. Eu jamais havia imaginado como era o trabalho do Cosmo. Confesso que fiquei extremamente surpreendida com a eficiência, a condução e o trabalho de equipe deles e dos bombeiros. Não sei exatamente quantas pessoas estavam ali, mas era muita gente. Haviam colocado um óculos escuros para proteger meus olhos, pois chovia e tbém havia galhos e mato que batiam no meu rosto, mas eu ouvia bem as vozes de comando. A maca ia passando de mão em mão até alguém lá atrás gritar para parar. A maca era então colocada em algum lugar seguro, acredito que talvez em alguns momentos não houvesse esse lugar e as pessoas tinham que ficar me segurando. Enquanto isso, todo o pessoal que havia ficado para trás, passava por nós rapidamente e se posicionavam à frente. Isso se repetiu pela madrugada inteira. Consegui cochilar em alguns momentos, mas acho que isso os preocupava, pois sempre que acontecia, alguém me perguntava se estava tudo bem.
            Aliás isso foi outra coisa que me chamou a atenção.Imagino que houvesse muita gente ali muito p*** da vida comigo. Estavam em casa ou em Morretes cuidando das próprias vidas e de repente, tiveram que largar tudo e correr montanha acima por causa de uma maluca que resolveu fazer trilha com tempo ruim. Mas se pensavam e sentiram isso, esconderam muito bem.
            O que ficou para mim de trabalho e esforço do Cosmo e dos bombeiros  naquele dia foi o carinho, a preocupação com o meu bem estar e o do meu grupo, a eficiência, o incrível trabalho de equipe.
            Questionaram se eu percebi algum problema, se houve algo errado. Se houve, não sei dizer, só sei que eles tentaram me passar a sensação de segurança o tempo todo e que eu chegaria lá embaixo bem.
             Mesmo depois da chegada o cuidado ainda continuou. Lembraram que não havia comido nada a noite toda e me serviram um fricassê de frango.
            Concluindo, minha queda aconteceu por excesso de exaustão, tenho experiência em trilha, mas neste dia eu esqueci alguns cuidados básicos e fiz besteira. O trabalho dos socorristas foi vital, sem eles eu não estaria aqui fazendo esse relato.
            Eu gostaria de poder agradecer pessoalmente a cada um. Estou viva e bem por causa do trabalho de cada pessoa daquela equipe e, justamente, porque se dispuseram a deixar de lado seus compromissos pessoais e subir aquela montanha. Na verdade, não há como agradecer.
Que Deus os guie, vocês foram meus anjos da guarda.
...digitado por Nativo, mantida a escrita original...
Ontem foram 53 dias do acidente, a Alda esta se recuperando, Sr. Coimbra também, todos estão bem, levando em conta as devidas proporções.
Aproveito para agradecer a Alda pelo discernimento em entender os aprendizados.
Que os erros sirvam para prevenir nossos atos, se não forem divulgados não servirão de nada. Serão erros tolos escondidos, que podem gerar tragédias por somatórias de erros!!!
Boas escaladas seguras!!!

9 de mai. de 2011

Olho no Futuro

Olho no
futuro<http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2011/05/08/olho-no-futuro-378922.asp>
*por Míriam Leitão*

Esta semana o Brasil pode tomar uma decisão que vai afetar as futuras
gerações. O país tem diante de si muitas dúvidas, mas já tem uma certeza:
até agora, errou muito. O Código Florestal não é sobre o conflito entre
produtores e ambientalistas, é sobre os erros do passado, as chances e
riscos do futuro. O debate tem sido medíocre.

O fotógrafo brasileiro e global Sebastião Salgado passou os últimos anos
olhando o presente do futuro num projeto chamado Gênesis, que lembra o
passado mais inicial. Fotografa o que resta de protegido na natureza. Essa
ideia surgiu quando voltou para a fazenda em que cresceu no interior de
Minas, Aimorés. Tudo árido, desmatado, morros pelados, erosões. Nada
lembrava a vida cheia de verde que ele tinha visto na infância. Ele começou
a replantar. Mil, duas mil, um milhão de mudas de espécies nativas. A água,
que havia secado, brotou de novo; as árvores cresceram, voltaram animais,
pássaros. A mulher do fotógrafo e autora do projeto, Lélia Salgado, quando
me contou o momento da descoberta da água retornada, se emocionou.

Os produtores pensam estar protegendo seus interesses quando defendem
anistias e leis que aceitam mais desmatamento. Podem estar secando seus
rios, revoltando os leitos que vão mostrar suas fúrias nas tempestades,
minando o solo, que vai secar, desabar ou se partir nas crateras da erosão.
Podem estar contratando o acirramento de fenômenos climáticos extremos que
destruirão suas terras, plantações e a economia do país.

O dilema que está diante de nós é maior do que temos visto. O Brasil é ao
mesmo tempo um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país com a
maior diversidade biológica do planeta, um dos grandes reservatórios de
água. Como é possível conciliar a abundância das chances que temos? Há
países que administram a escassez. Temos sorte.

Os ruralistas disseram que querem mais terra para plantar. Com a produção
deles, o Brasil garante a balança comercial, aproveita a alta das
commodities, acumula reservas cambiais, entra em todos os mercados como o
primeiro do mundo em muitos produtos. Os produtores são parte do nosso
sucesso como país. Os ambientalistas dizem que o país já destruiu demais.
Foram 333 mil km na Amazônia nos últimos 20 anos: 11 Bélgicas, quase uma vez
e meia o território do Reino Unido. Além disso, reduziu a quase nada a Mata
Atlântica, é insensível ao Cerrado, ameaça o Pantanal, despreza a Caatinga.
Os ambientalistas são parte do nosso melhor projeto. Os cientistas fizeram
um grupo de trabalho, reuniram mentes brilhantes, estudaram profundamente e
fizeram um relatório que alerta para os riscos de o país escolher mais
desmatamento. Foram ignorados e disso deram ciência ao país. A Agência
Nacional de Águas (ANA) ouviu os técnicos e avisou: sem a cobertura vegetal,
vamos perder água; o elemento da vida que está ficando cada vez mais
escasso. A agência foi ignorada como se chovesse no molhado.

No meio dessa complexidade, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) escolheu
apequenar seu campo de visão e viu apenas um dos lados do polígono. Não
entendeu que esses são conflitos não antagônicos, para usar uma linguagem
que talvez ele ainda tenha de memória. É preciso ver toda essa diversidade.
Escolhendo ouvir só os produtores de visão estreita, ele pode estar
revogando os interesses mais permanentes dos próprios produtores. Sem
proteção do meio ambiente não haverá água, sem água não haverá produção. Sem
meio ambiente não há agronegócio. Os interesses são mais convergentes do que
parecem.

Os produtores têm razão em reclamar que a lei mudou no meio do caminho em
alguns pontos. Olhar esses pontos com sinceridade é necessário. A ANA
lembrou as políticas de incentivo ao desmatamento e as alterações de tópicos
da lei e separou o que o projeto misturou: "Quem agiu de boa fé" e "quem
comprovadamente gerou passivo ambiental." O projeto mistura tudo quando
anistia quem desmatou até 22 de julho de 2008. O texto como foi escrito
estatiza os custos e privatiza o lucro.

Os cientistas alertam que uma pequena alteração feita no texto representa um
risco imenso. Se a mata em torno dos rios tiver que ser calculada a partir
da menor calha, e não das bordas maiores, os rios da Amazônia que enchem e
encolhem ao longo do ano podem perder 60% da sua proteção.

A ANA, a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC) avisam que não se deve mudar o código. A tarefa
é aprimorar a lei e melhorar a implementação. A ideia de que uma lei deve
ser jogada fora porque muitos não a respeitaram é estranha. Ela não foi
entendida nem pelo governo que a baixou em 1965, mas para nossa sorte ela
ficou atual. Protege áreas frágeis da erosão e dos deslizamentos. Protege
rios e mananciais de água. Cria a obrigação de cada proprietário reservar
uma parte da sua terra para a vegetação natural. Está em sintonia com o
tempo da mudança climática que já está entre nós.

A oposição desistiu do futuro; o governo decidiu escolher o menos pior.
Erram os dois. O sensato é querer o melhor. Olhar para as exigências que o
planeta nos faz para as próximas e decisivas décadas. Entender como aumentar
a produção conservando os ativos. Fazer mais com cada hectare de terra da
agricultura e da pecuária. Tirar mais informação da biodiversidade que
recebemos por herança. Não se deve votar com olhos paroquiais. É pelo porvir
que se vota, congressistas. Leis não são mudadas para apagar o crime do
passado, mas para garantir o melhor futuro.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

ESCALANDO RAPIDO

As dicas que seguem abaixo, servem perfeitamente para qualquer dupla que pretenda escalar rápido (principalmente se forem vias longas), o texto é antigo e não deixa de ser atual, do Alex "Che" Ribeiro e está no endereço : http://www.hangon.com.br/index.php?caminho=/artigos/techinfo


“Mostrarei aqui alguns procedimentos que podem tornar suas escaladas em paredes muito mais rápida e agradável. Rapidez pode significar: segurança, conforto, melhora da auto-estima e mais tempo disponível. Escalando rápido, paradoxalmente podemos ficar menos cansados, consumimos menos água e comida. No final do dia, a recompensa é maior. Enfim, aqui vão alguns conselhos.

PESO

A escolha é do escalador: escalar "preparado para tudo", ou escalar rápido para sair da montanha o mais rápido possível? Vá comemorar na base, quando descer... Lembre-se que a maior parte dos acidentes ocorre durante a descida! O sujeito que sobe preparado para tudo leva um peso desnecessário, o que reduz muito a velocidade da ascensão. E quando dá "merda", normalmente ele não tem o equipamento certo. E nesse tempo "perdido", o tempo já virou, já choveu canivete, o cara já ficou ensopado, o telefone celular se afogou, a corda prendeu no rapel porque ficou molhada, pesada e embolada... Quanto menos tempo passamos na parede, menos cansados ficamos devido à menor exposição ao sol, ao vento, ao calor e ao frio. Consumimos menos água, o que significa menos peso. Exemplo: para quem precisa de 5 ou 6 horas para escalar uma via no Pico Maior de Friburgo, necessita de 2 ou mais litros de água para não ficar com sede. Mas se a mesma pessoa for com um parceiro mais rápido e sem peso, e subir a mesma via em 2 horas, geralmente ela irá necessitar de menos de um litro de água! Concluindo este item, escalar com mochila cheia e se preparar para o pior, pode te deixar na maior roubada. O ideal é escalar leve e rápido... Se não der para subir porque você não tem "tudo" que precisa, não force a barra, desça! Quantos estúpidos já morreram escalando em nome do orgulho?!

PROTEÇÕES

Apenas uma pequena porcentagem de escaladores sabe proteger corretamente uma enfiada de corda numa parede longa, no sentido de evitar atrito, e isso é fundamental para escalar com a corda leve. Mas para isso é preciso levar fitas longas e variadas, entre 30 e 80 cm de comprimento. Vejo escaladores experientes em vias esportivas colocar costuras curtas em lances que pedem fitas longas, e desperdiçar fitas longas onde não são necessárias. Obviamente isso compromete a velocidade da escalada por causa do atrito. Ou seja, a corda precisa ficar mais "reta" possível, para correr leve.

PESO DA CORDA

É óbvio que quanto mais pesada a corda ficar em função do atrito, mais lento se escala. Em certas escaladas, mesmo colocando fitas longas, a mudança de ângulo do trajeto acaba atrapalhando. Ou seja, quando você sentir que a corda está pesada, páre onde der e puxe o segundo. Posteriormente, continue a partir desse ponto, mais leve e mais rápido. Acredite, ganha-se tempo com este procedimento. Não seja "fominha", não tente esticar a corda pensando que vai ser mais rápido, neste caso, pode não ser!

Se a escalada for feita em simultâneo (os dois escalando ao mesmo tempo), o ideal é reduzir o comprimento da corda, para diminuir o peso. Reduza o comprimento de 60 para 30 ou 40 metros. Para isso, basta que o segundo se encorde no meio da corda, e deixe o restante solto. Não precisa enrolar a corda ou colocá-la dentro da mochila, isso vai apenas fazer você perder tempo. Atenção! Isso não é "escalar à francesa", não sei de onde saiu isto. Se você disser para um francês que vai escalar à francesa, ele vai pensar que você o está zoando e ele pode te mandar para aquele lugar!

RAPEL

Quando o guia chega na última parada (se não for ao cume), no momento em que ele dá segurança para o segundo, ele se desencorda e passa a corda pelo o olhal da proteção (chapa ou grampo). Na medida que a corda do participante é recolhida, a mesma desce através do olhal da proteção e a corda fica automaticamente preparada para o rapel. Assim que o participante chegar e se ancorar, o guia já pode começar a descida. O participante se desencorda e libera a corda quando o guia estiver descendo.

No final da descida, no momento que o primeiro chegou na parada, antes de mais nada ele já grita "LIVRE", isso se o cara de cima não estiver prestando atenção. Imediatamente ele libera a corda para o segundo, que já vai estar com o aparelho pronto para colocar na corda. Em uma parede de 500 m estes procedimentos podem poupar mais de 30 minutos.

COMUNICAÇÃO

Um procedimento que vejo como sendo desnecessário é a comunicação exagerada na escalada, além de dar nos nervos dos outros escaladores e na fauna circundante, isso também reduz a velocidade da cordada.
- Tá pronto?
- Tô.
- Posso ir?
- Pode.
- Escalando hein!
- Tô segurando... Chegou na metade da corda!!
- Tá legal... AI MEU DEUS... SEGURAAAAAAAAAA
- Pode cair que estou seg... Já caiu?
- Vou continuar escalando... Cheguei, pode soltar a segurança!
- O quê? Não estou te ouvindo!
- Cheguei... Soltaaaaa!
- Segurança solta! Corda livre!
- Vou puxar!
- A corda "chegou"!
- OK, está seguro, pode subir!
- Espera um pouco, preciso colocar as sapatilhas, beber água, ir ao banheiro...
- Tá legal, mas não demora!
- Estou pronto, posso subir?
- Pode subir, estou dando segurança!
- Escalando!
- SEGURA QUE VOU CAIR!!
- Tô segurando!
- RETEZAAAAAA!
- Tô segurando!
- PORRAAAAA, CAI PRA C... PRESTA ATENÇÃO AI!
- O seu prego, não sabia que a corda estica? Ela é elástica!

A comunicação entre dois escaladores eficientes pode ser muito simples e até desnecessária. Não é preciso todo esse diálogo, que é feito aos gritos, mesmo porque em certas escaladas de montanha, não se pode ouvir um ao outro. Obviamente os dois escaladores no exemplo escalam com muito medo. Se o segundo (segurança) cumpre o seu papel, ele precisa apenas ficar atento e não precisa dizer nada.
Assim que o guia chegar na parada, ele se prende e avisa imediatamente o participante com um OK indicado pelo o polegar. Se o participante está fora de vista, o sinal pode ser três puxões na corda. Logo depois, e sem perder tempo, recolhe a corda e já deixa na segurança do nó UIAA, ou aparelho. Durante essa operação o participante já deveria estar calçado e pronto para subir. Assim que a corda estiver esticada, o participante sabe que pode subir porque o guia já está dando segurança. Agora sim, o guia pode afrouxar as sapatilhas, beber água, etc., sem perder tempo e dando segurança ao mesmo tempo. Quando o participante estiver mais ou menos 15 m abaixo, o guia coloca ou aperta as sapatilhas e já fica na posição de continuar, esperando apenas recolher o material do participante. Ou deixar que o segundo guie a próxima enfiada. Este procedimento em cada parada pode poupar até 10 minutos. Se a via tiver 500 m, poupa-se mais de uma hora!

CONCLUINDO

Com esses procedimentos pode-se reduzir muito o tempo da escalada, e quanto maior a via, mais tempo poupado. E isso pode ser traduzido em segurança. Aliás, escalar rápido não significa subir correndo, como um doido, é possível fazer tudo isso com muita segurança“.


8 de mai. de 2011

Revista de Escalada Digital

Acesse a Escalada INT, nova fonte de informações sobre a escalada brasileira. Fotos, croquis, artigos e entrevistas. Acesse e contribua com informações!
 

Paranaense realiza expedição de cicloescalada nos Andes





O engenheiro florestal paranaense Ruddy Proença, 27 anos, o “Ruddy”, realiza expedição de cicloescalada (ciclismo com escalada em montanhas) pela Cordilheira dos Andes, desde janeiro de 2009, quando iniciou sua viagem de bicicleta sem data de retorno. Rudy já pedalou mais de 8 mil quilômetros, atravessou 3 países e colecionou muitas histórias.
 
 
Com pouco dinheiro, 80 kg de carga, muita disposição e um objetivo fixo, Ruddy partiu de Curitiba/PR em direção aCordilheira dos Andes em janeiro de 2009. A maior parte do tempo a viagem é solitária, mas durante alguns trechos ele conta com a companhia de amigos ou pessoas que encontra pelo caminho. Até o momento o aventureiro teve de enfrentar diferentes condições de clima em sua viagem. Ao percorrer o deserto do Atacama, no Chile, Ruddy encarou as dificuldades do clima e ficou 5 dias seguidos sem contato com pessoas. “Viajar de bicicleta por si só já é uma experiência rica e reveladora, envolvendo corpo, mente, alma, espírito e coração em busca de um objetivo único: o conhecimento. Agora, quando se acrescenta uma dose de objetivos extras, como percorrer lugares remotos com pouco dinheiro e ainda escalar montanhas por rocha e gelo, esta experiência pode se tornar ainda mais dura, porém muito mais profunda e valiosa”, afirma Ruddy.
Atualmente Ruddy deixa a Bolívia e parte em direção ao Perú.

A COMIDA DO MONTANHISTA - LEOFOODS

O processo envolve dois métodos confiáveis de conservação de produtos biológicos – congelamento e secagem - não utiliza conservantes ou produtos químicos e o controle de umidade é realizado por sublimação. Este processo, se comparado a outros meios de desidratação, mostra que preserva células, bem como frutas, vegetais, carnes, peixes e alimentos em geral. 

Na liofilização, o produto é congelado abaixo de -30°C, e submetido a uma pressão muito baixa (alto vácuo), fazendo com que a água dos alimentos que foi transformada em gelo seja sublimada, ou seja, passará diretamente do estado sólido para o gasoso, resultando num produto final com estrutura porosa livre de umidade.
 

Os produtos liofilizados têm suas propriedades originais mantidas – forma, cor, aroma e sabor – e quando conservados adequadamente, mesmo à temperatura ambiente, resistem intactos por muitos anos. Desta forma, obtêm-se produtos da mais alta qualidade, de reconstituição instantânea e que possuem longa vida de prateleira, apesar de a legislação brasileira permitir dois anos de validade.
 

Outro efeito importante é a diminuição de peso e volume, além da possibilidade de manusear alimentos que, naturalmente, são perecíveis, sem necessidade de refrigeração, facilitando operações logísticas de armazenamento, transporte e distribuição."

Kit de Primeiros Socorro


Basicamente um kit deve ter material p/ limpar o ferimento, algo para estancar o sangramento e sal e açúcar para regular a pressão.

No Código de Segurança, Ética e Conduta da AGUIPERJ está listado um Kit que devemos carregar em nossa mochila:

Kit de Primeiros Socorros contém:
  • Agulha
  • Atadura pequena (10cm) e grande (15cm)
  • Atadura Elástica de 10cm
  • Esparadrapo rolo (3cm x 4,5 metros)
  • Gaze (mínimo 2 pacotes)
  • Ficha para anotar parâmetros
  • Lápis
  • Lista de telefones de emergência: pólos de atendimento de acidentes por animais peçonhentos, CGOA, Bombeiros e Instrutores e Guias Certificados pela Aguiperj
  • Luvas de procedimento (mínimo 2 pares)
  • Manta térmica
  • Pinça
  • Sabão de coco
  • Açúcar e Sal ou similar
  • Canivete pequeno
  • Apito
  • *remédios que você esteja acostumado a tomar* (uso exclusivo do dono do kit)
Devemos lembrar que essa é um kit que os guias da AGUIPERJ devem ter consigo em suas atividades. Particularmente no meu dia a dia o meu Kit é um pouco reduzido.

Carrego Comigo:
  • Manta Térmica
  • Esparadrapo
  • 1 Par de luva de procedimentos
  • Canivete
  • Sabonete
  • Papel com dados de amigos que possam ajudar em uma situação de emergência.
  • O mesmo papel serve p/ anotar parâmetros.
  • Lápis
  • Silvertap (enrolada no lápis)
  • 1 pacote de Gaze
  • Curativo Pronto (Bandaid)
  • Sal
  • Fósforo
  • Agulha
  • Açúcar
  • Medicamentos de uso pessoal. Paracetamol, Dorflex, Dramin e um Antistaminico. É Muito importante ressaltar que ninguém deve administrar medicamento em outra pessoa a não ser que seja médico ou esteja treinada para isso.
  • Suum